1ªCoríntios 16.1-2: 2ªCoríntios 8. 1-5, 10-12; 9. 7.
Por Jesué da Silva Andrade.
Este assunto é um assunto
muito atacado por Satanás em nossos dias. E infelizmente muito evitado por
muitos irmãos. Mas como todo assunto que a Bíblia aborda ele deve ser estudado
e praticado da maneira que a palavra de Deus nos orienta.
Não é porque muita coisa
errada é falada com respeito a este assunto que devemos deixar de mencioná-lo e
estuda-lo. Que o Senhor nos ajude a compreender as verdades necessárias sobre a
contribuição financeira na igreja local.
I. A Verdade sobre o Dizimo.
Antes de pensarmos sobre o
assunto da contribuição precisamos falar sobre esta questão a questão do
dizimo.
2. Havia quatro espécies de
dizimo em Israel.
1) O dizimo anual que era
dado para os Levitas Levíticos 27. 30-33: Números 18. 21, 24, 31.
2) O dizimo dos dízimos, que
os levitas tinham que separar para ser dado ao sumo sacerdote, Números 18.
25-30.
3) O dizimo de três anos que
era dado especialmente aos levitas, estrangeiros, pobres e viúvas, Deuteronômio
14. 28- 29.
4) O dizimo que foi
estabelecido pelos reis de Israel, 1ºSamuel 8. 15.
Nota: Alem dos dízimos o povo
de Israel tinha por obrigação, ofertar com:
a) Os primogênitos, Êxodo 13.1-2,
11-13; 34.19: Levíticos 27. 26.
b) As primícias da terra, Êxodo
22. 29: Deuteronômio 25. 1-3: Neemias 10. 35.
c) As ofertas cerimoniais que
era no caso os holocaustos, libações, manjares, pacificas, pelo pecado e etc.
d) A oferta alçada, ou
levantada, que era para um propósito especifico, Êxodo 25. 1-2, 8-9; 35. 4-5,
10, 20-22; 36. 6-7: Malaquias 3. 8.
3. O Dizimo não é um
mandamento para a igreja.
1) As menções de dizimo em Mateus
23. 23: Lucas 18. 12: Hebreus 7. 1-10, não são mandamentos para a igreja pagar
o dizimo. Muitos quando contestados que no Novo Testamento não tem uma ordem
que manda os crentes pagarem o dizimo. Citam estes textos, porem é forçar uma
interpretação, distorcendo as Escrituras Sagradas, para induzir as pessoas a
fazer algo que a palavra de Deus não manda.
a) Em Mateus 23. 23, o Senhor
Jesus esta dirigindo o seu discurso não aos seus discípulos, mas aos fariseus
que eram homens zelosos da lei. E eles neste zelo pagavam o dizimo até das hortaliças.
Porem negligenciavam o mais importante da lei, a fé, o amor e a esperança. Eles
(os fariseus) deviam sim observar a pratica do dizimo, porque estava na lei, e
era para ser obedecido por eles, mas não podiam omitir o propósito moral da
lei. Que era levar as pessoas a fé, ao amor, e a esperança. Isto não é um
mandamento para todos os crentes dar o dizimo, mas é uma repreensão aos
fariseus, que valorizam esta pratica em demasia, mas não valorizava o real
sentido da lei.
b) Lucas 18. 12. Certa vez em
uma conversa com um “pastor” denominacional ele me citou este texto dizendo que
no Novo Testamento havia um mandamento para os crentes darem o dizimo. Eu
fiquei preocupado com a distorção que este homem faz, da palavra de Deus, e
como muitos que seguem ele estão terrivelmente em perigo de serem enganados. Este
texto está dentro de uma parábola onde o Senhor Jesus esta ensinado sobre o
perigo de alguém querer se apresentar perante Deus baseado em suas obras de
justiça própria. É a parábola do fariseu e publicano, um que apresentou a Deus
o que ele fazia e que como isto (na sua concepção) o tornava melhor do que os
outros, e uma das coisas que ele fazia era dar o dizimo de tudo quanto possuía.
Enquanto o publicano, que era desprezado por cobrar impostos dos seus conterrâneos
para o império romano, orou simplesmente pedindo a Deus misericórdia por ser um
terrível pecador. A oração do publicano foi ouvida, e a do fariseu não. Isto não
é uma ordenança para darmos o dizimo, antes é até um aviso solene. Não adianta
dar o dizimo querendo achar que por causa disso Deus será obrigado a ouvir
nossas orações, e fazer tudo o que pedimos. Antes basear que dar o dizimo nos
levar a uma postura tal onde Deus será obrigado a ouvir nossas orações, é agir
como um fariseu. E Deus não ouvira este tipo de oração acompanhada de pretensão
orgulhosa, assim como não ouviu a do fariseu.
c) Em Hebreus 7. 1-10, é
usado também forçadamente para induzir as pessoas a pagarem o dizimo em suas
denominações. Mas o foco da passagem não é ensinar sobre o dizimo, ou mesmo
sobre contribuição, na igreja. Mas é tão somente mostrar que o sacerdócio do
Senhor Jesus Cristo é maior do que o sacerdócio de Arão. E para ilustrar esta
verdade o Escritor de Hebreus, leva aos cristãos hebreus a considerarem este
episodio bem conhecidos por eles do Velho Testamento. Se Abraão deu o dizimo a
Melquisedeque, porque este era sacerdote do Deus Altíssimo. Reconhecendo assim
o seu Sacerdócio, e Arão que era da tribo de Levi, ainda viria a existência como
descendente da Abraão segundo a carne. E em Abraão, o sacerdócio levítico
reconheceu por alegoria o sacerdócio de Melquisedeque superior ao seu próprio sacerdócio.
Então o sacerdócio de Cristo é muito superior ao de Arão, pois Ele é Sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque. Não é entregar, ou não dízimos que está em
questão aqui, mas é o fato de Cristo ser o Sumo Sacerdote, superior ao sumo
sacerdote Arão.
2) Nenhum crente que não
entrega o dizimo está roubando ao Senhor, o texto de Ml 3. 8 não se pode
aplicar a igreja, neste caso teríamos que desconsiderar Romanos 6. 23b: Gálatas 3. 13: Efésios 2. 8.
3) Se a igreja estivesse
debaixo da obediência à lei do dizimo, então todos os crentes estariam sofrendo
o que está registrado no vs 9 de Malaquias 3, observe Ageu 1. 3-11.Porque mesmo os legalistas defensores da obrigatoriedade do dizimo, não conseguem, e não pagam o dizimo conforme o estipulado pela lei dada por Deus ao povo de Israel, por intermédio de Moisés.
Não importa os que as
denominações ensinam, não importa o que digam, ou o que falam nossa
responsabilidade, não é com elas. Nossa responsabilidade é com o Senhor Jesus
Cristo e com a doutrina dos apóstolos. Em nenhum lugar em Atos vemos a igreja
primitiva entregando o dizimo, e em nenhuma das epístolas desde Romanos a Judas
vemos uma única ordem para igreja entregar o dizimo.
Alguém já disse que o dizimo
poderia ser considerado para o cristão como o mínimo da sua contribuição, ou
seja, ele deveria propor em seu coração contribuir pelo menos com o décimo de
sua renda. Uma vez que os Israelitas contribuíam com muito mais do que isto,
alguém já disse que a contribuição total do povo de Israel era 30% da sua renda
bruta.
II. O Ensino bíblico para a
contribuição financeira da igreja local.
A primeira menção de
contribuição financeira na igreja primitiva é mencionada em Atos 2. 43-44: 4.
32-35. Isto não deve ser entendido como um mandamento. Os apóstolos não pediram
isto, não ordenaram isto, era algo que acontecia espontaneamente em relação
aqueles primeiros irmãos. E tudo ali era devidamente dividido de maneira que
não havia necessitado entre eles.
Porém começou a haver
problemas com relação a esta pratica preciosa daquela igreja, Satanás logos
atacou este modelo com o caso de Ananias e Safira Atos 5. 1-11 e 6. 1-8: então
esta pratica dos primeiros irmãos caiu em desuso no próprio livro de Atos.
Então depois é mencionado uma
oferta que os irmãos da igreja em Antioquia enviaram para a igreja em
Jerusalém, Atos 11. 27-30.
Onde nós encontramos
orientações sobre está questão é nas Cartas do Apostolo Paulo a igreja de Corinto.
1. Estes princípios são uma
ordenança para as igrejas, 1ªCoríntios 16.1, “fazei vós também o mesmo que ordenei as
igrejas da Galácia”. Pelo menos quatros igrejas desta região são mencionadas na
palavra de Deus, Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe são as primeiras
igrejas formadas através do ministério de Paulo e Barnabé, At 13. 13 a 14. 25. A igreja em Corinto
deveria fazer o mesmo que foi ordenado a estas igrejas, e nos devemos fazer o
mesmo que a igreja em Corinto, pois esta carta foi dirigida à igreja de Corinto
juntamente com todos os santos que todo lugar invoca o Nome do Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso. 1ªCoríntios 1. 1-2.
1) Deve ser no primeiro dia
da semana, ou seja, a oferta deve ser recolhida no mesmo dia que se celebra a
Ceia do Senhor, 1ªCoríntios 16. 2: Atos 20. 6-7.
a) É individual, ou seja,
“cada um”.
b) É particular, ou seja,
“ponha a parte”, Mateus 6. 1-4.
c) É conforme a condição, ou
seja, “o que puder ajuntar”, “segundo a sua prosperidade”, “segundo o que
qualquer tem, e não segundo o que não tem”, 2ªCoríntios 8. 12.
2) A oferta deve ser
voluntária, ou seja, “Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração”. Não
há estipulação de preço, quem propõe é o contribuinte e não a igreja. Então não
existe base para a igreja exigir, cobrar, impor; determinar:
a) O dizimo.
b) Campanhas para
arrecadar fundos.
c) Contribuições para realizar alguma reforma, ou algum evento.
d) Fazer ameaças aos membros
da igreja com maldições, ou promessas mirabolantes de prosperidade através de
testemunhos forjados.
3) A oferta não deve ser dada
com tristeza, se a pessoa sente que ao ofertar alguma de suas contas deixará de
ser paga, ou alguma necessidade deixara de ser suprida, e isto lhe traz
tristeza em seu coração, então ela não deve ofertar tal valor.
4) A oferta não deve ser dada
por constrangimento, ou por necessidade, pois Deus ama a quem dá com alegria.
Ou seja, se a pessoa da o valor porque é constrangida devido ao apelo, ou
pedido de alguém, ou porque ela viu uma necessidade, o aluguel do salão está
vencendo, ou porque a conta de luz do salão está vencida, ela não está
ofertando ao Senhor. Então ela não deve ofertar, pois a oferta deve ser dada
com alegria, ou seja, algo que traz prazer ao coração, e não sentimento de
obrigação, ou de orgulho presunçoso.
5) A contribuição financeira
é um ministério, 1ªCoríntios 4. 1-2: 2ªCoríntios 8. 1-4, 16-19; 9. 12-13.
Ministério é serviço, um
serviço prestado ao Senhor, e a Obra do Senhor. Cada salvo que contribui com
suas ofertas ao Senhor, é um servo de Deus, e seu serviço e igual, ou ate maior
daqueles que pregam, ou ensinam a palavra de Deus.
6) A contribuição financeira
é a prova:
a) Do nosso amor, 2ªCoríntios 8. 8,
24; compare 1ªJoão 3. 16-18.
b) Da nossa obediência à
palavra de Deus, 2ªCoríntios 9.13, compare com Tiago 2. 14-17.
7) É seguir o supremo exemplo
do Senhor Jesus Cristo, 2ªCoríntios 8. 9.
8) A contribuição financeira
na igreja deve ser realizada somente pelos salvos, batizados e em comunhão.
a) Antes de o Espírito Santo
mencionar a partilha dos bens dentre os irmãos da igreja primitiva, Ele
menciona a conversão, o batismo, e a perseverança deles na doutrina dos
apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Compare Atos 2. 44-45
com 2. 41-42.
b) Quanto Ágabo profetizou a
fome que viria sobre todo o mundo, os discípulos de Antioquia
determinaram (propuseram em seus corações), cada um conforme o que pudesse, enviar
socorro aos irmãos que moravam na Judéia, At 11. 27-30.
c) O Espírito Santo através
do apostolo Paulo ao ordenar a igreja de Corinto sobre a contribuição, da à
ordem para o fazê-lo no primeiro dia da semana, pois é o dia em que a igreja
reunia para partir o pão, 1ªCoríntios 16.1-2: Atos 20. 7. Se uma pessoa incrédula, ou
sem ser batizada, ou em pecado, não é apto para participar da ceia do Senhor,
esta também não está apta para contribuir financeiramente com a obra do Senhor.
d) Os macedônios antes de
enviar as ofertas deles por mãos do apostolo Paulo se deram primeiramente ao
Senhor e depois aos apóstolos, pela vontade de Deus, 2ªCorítios 8. 5. Ou seja, antes
de você dar o seu dinheiro ao Senhor, você precisa primeiro dar o seu coração, só
assim você estará realmente ofertando ao Senhor. Não adianta da até o salário inteiro
para a igreja, se a pessoa ainda não tiver se arrependido de seus pecados, e
entregado a sua vida ao Senhor Jesus recebendo Ele como Senhor e Salvador de
sua alma.
e) O apostolo João elogiou a
Gaio, por ter recebido bem os irmãos que saíram por causa do Nome do Senhor
Jesus Cristo, e não aceitaram nada dos gentios (descrentes), 3ªJoão 5-8. Ou seja,
estes eram irmãos que haviam saído para o mundo a fora, para pregar o evangelho
da salvação em Cristo aos perdidos. E estes irmãos saíram por amor ao Senhor
Jesus, eles deixaram suas terras, suas rendas, seus empregos, e talvez até suas
famílias, levar a palavra de Deus aos perdidos. E eles foram elogiados por que
não receberam nada dos gentios (incrédulos). O texto não fala que eles não
pediram, antes que eles não aceitaram. Talvez alguma pessoa descrente até
ofereceu algo para eles, mas eles para não causar escândalo ao evangelho, não
receberam tal ajuda.
f) Deve se haver
reconciliação com os irmãos antes de apresentarmos nossas ofertas, Mateus 5. 23-24.
Se dois irmãos em Cristo tiverem qualquer desavença eles devem se reconciliar
primeiro antes de ir e apresentar a sua oferta ao Senhor. Se a igreja sabe que há
problema entre dois irmãos e aceita a oferta de ambos, antes que estes se
reconcilie, ela está sendo conivente com o erro, e está sendo hipócrita, algo
que mancha o testemunho da igreja local, e que traz escândalos para a obra de
Deus.
III. O propósito da
contribuição financeira.
1. O sustento missionário, 1ªCoríntios 9. 1-15, 18-19: 2ªCoríntios 11. 5-10.
1) Missionários não são
somente os que fazem missões transculturais, todos os crentes são missionários,
porem existe aqueles que devido o seu chamado ele precise dedicar-se
integralmente a obra. Neste caso existem os:
1) Evangelistas, 1ªCoríntios 9. 14.
2) Os ensinadores Gálatas 6. 6:
3) Os presbíteros 1ªTimóteo 5.
17-18.
4) Até no caso os diáconos,
1ªTessalonicenses 5.12-13.
3.A manutenção dos bens
materiais da igreja, tipo salão de reuniões, veículos, pão da ceia, vinho,
objetos de limpeza e etc.
4. Realizações de eventos,
conferencias, encontros, viagens, confraternizações e etc.
IV. Os que administram as
finanças da igreja.
1. Devem ser pessoas
escolhidas pelo presbitério da igreja, ou reconhecidos pela sua integridade e
honestidade pela mesma, Atos 11. 27-30; 12. 25: 2ªCoríntios 11.16-24.
1) Neste caso podemos
destacar alguns fatos importante.
a) Deve ser mais de um irmão
que cuide deste serviço, Atos 11. 30: 2ªCoríntios 8. 16, 18, 22.
b) Eles são ministros do
evangelho, Atos 12. 25: 2ªCoríntios 8. 19, 23.
c) Eles devem ser zelosos,
honestos e transparentes, 2ªCoríntios 8. 20-22.
d) Eles devem ser homens
cheio do Espírito Santo e de sabedoria, Atos 6. 3.
V. A recompensa para este
importante ministério.
1. Os galardões, Mateus 6. 19-21;
10. 40-42: 1ªCoríntios 3. 10-15; 13. 1-3.
2. Bênçãos materiais, 2ªCoríntios 9. 8-11: Felipenses 4. 14-20.
Que Deus na sua infinita
graça e misericórdia diante destes fatos possa abrir nossa mente, e o nosso
coração para que exerçamos esta importante função que é contribuir
financeiramente para a Sua Obra. Amém.
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